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Evolução da manutenção

Foto do escritor: Edgard Gonçalves CardosoEdgard Gonçalves Cardoso

A manutenção evolui no período pós-guerra

O período que antecede a Segunda Guerra Mundial é composto por fábricas repletas de máquinas com tecnologia demasiadamente limitada e com capacidade de produção reduzida, além de os sistemas de instrumentação e controle serem muito básicos ou inexistentes.


Além disso, a demanda por produtos normalmente não excedia a capacidade produtiva das máquinas; aliás, muitas vezes estava bem distante desta. Assim, quando uma máquina se encontrada na condição de reparo, ou seja, avariada, não se fazia necessário intervir tecnicamente com urgência, pois havia um tempo ocioso da máquina, o qual não comprometia a produção. Alinhado a isso, as máquinas desse período eram consideravelmente robustas, caracterizando-as como de difícil quebra. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, as economias capitalistas viveram uma era de grande desenvolvimento, a qual foi denominada Era de Ouro do Capitalismo. A partir da década de 1950, com a indústria reconstruída após a Segunda Guerra Mundial, países como Japão, Alemanha e Estados Unidos coordenam um mercado cada vez mais competitivo, onde a ociosidade outrora aceitável de máquinas e equipamentos já não mais era possível.


Nesse cenário as relações trabalhistas também sofreram granes mudanças. Os trabalhadores exigiam cada vez mais direitos e a mão de obra especializada era disputada pelas empresas. Assim, o custo do trabalho tornou-se cada vez mais relevante, conduzindo as empresas a uma mecanização e automação mais intensiva, onde as máquinas eram menos robustas e suas capacidades produtivas eram muitos superiores às suas antecessoras. Nesse contexto não se podia aguardar a quebra de uma máquina para realizar a intervenção, pois agora a máquina parada significava perda de produtividade e consequentemente dos lucros. Surge então a manutenção Preventiva Programada. A manutenção continuou sua evolução: já não era apenas uma subárea da produção, mas sim um setor da empresa, responsável não somente para fazer intervenções corretivas, mas também manter máquinas e equipamentos em seus respectivos pontos ótimos de funcionamento. O final do século XX marca, definitivamente, uma nova visão mercadológica que deveria ser adotada pelas organizações, pois estas foram surpreendidas e procuraram se reestruturar rapidamente dentro desse novo contexto global, visando ao atendimento das necessidades dos clientes, mantendo qualidade e buscando maior competividade no mercado. Com este novo cenário, manutenção passou a ter cada vez mais destaque dentro de uma organização, deixando de estar apenas no nível operacional, mas também atuando no nível tático e em determinados casos em nível estratégico, como nas usinas sucroalcooleiras, onde a manutenção de todo o parque fabril é realizada, normalmente uma vez ao ano, sendo este procedimento vital para o sucesso desta indústria. Atualmente diversas são as nomenclaturas atribuídas por acadêmicos, técnicos, organizações empresariais e associações técnicas para a manutenção. Como exemplo, pode-se citar a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), na NBR 5462 (1994), a qual classifica os diversos tipos de manutenção da seguinte maneira: · Manutenção Preventiva; · Manutenção Corretiva; · Manutenção Controlada ou Preditiva; · Manutenção Programada; · Manutenção Não-Programada; · Manutenção no campo; · Manutenção fora do local de utilização; · Manutenção Remota; · Manutenção Automática; e · Manutenção Deferida.

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