Não há dúvidas que as organizações do século XXI precisarão atender a um novo modelo organizacional, devendo-se adaptar aos novos procedimentos e tendências demandas pelo mercado consumidor.
Com o avanço cada vez mais acelerado de novas tecnologias de produção, surgem a cada dia máquinas e equipamentos com maior grau de complexidade, fazendo com que o profissional da área de manutenção busque incessantemente melhorar sua qualificação profissional. As tendências atuais estão direcionando os novos rumos da manutenção industrial, reduzindo em vez mais as intervenções preventivas e ampliando as intervenções preditivas e a prática da engenharia de manutenção.
Nesse contexto de transformações, a informática é parte integrante e indispensável neste novo ambiente organizacional. Sem o desenvolvimento e a aplicação dos sistemas de tecnologia da informação, as empresas tornam-se menos eficientes e até inoperáveis dentro dos padrões exigidos pelo novo mercado demandante, universo composto por clientes internos e externos que estabelecem a necessidade de uma empresa se tornar atuante num mundo globalizado.
A aplicação em larga escala de tecnologias digitais à produção industrial originou o conceito de manufatura avançada. Devido aos consideráveis impactos das tecnologias digitais tanto na produção quanto no desenvolvimento de produtos e na forma de se fazer negócio, as mudanças ocorridas nas indústrias são consideradas em alguns casos com sendo a quarta revolução industrial, fato que originou o termo indústria 4.0, sendo este alternativa à expressão manufatura avançada (CNI, Confederação Nacional da Indústria, 2016).
Tendo em vista que a adoção de tecnologias digitais é importante tanto para o aumento da eficiência de uma organização industrial quanto para o aperfeiçoamento do produto e para a criação de novos modelos de negócios, o baixo uso de tecnologias digitais no Brasil concorre de modo negativo para a capacidade competitiva do país na economia global (CNI, Confederação Nacional da Indústria, 2016).
Dentre os setores que mais utilizam as tecnologias digitais destacam-se o de Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (61%) e o de Máquinas, aparelhos e materiais elétricos (60%), conforme se pode verificar nos dados apresentados no Quadro 1:
Quadro 1 - Setores que mais utilizam tecnologias digitais
Setores que mais utilizam | Porcentagem (%) |
Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos | 61 |
Máquinas, aparelhos e materiais elétricos | 60 |
Coque, derivados do petróleo e biocombustíveis | 53 |
Máquinas e equipamentos | 53 |
Metalurgia | 51 |
Produtos de material plástico | 49 |
Produtos diversos | 49 |
Produtos têxteis | 47 |
Veículos automotores | 46 |
Químicos (exceto HPPC[1]) | 45 |
Fonte: (CNI, Confederação Nacional da Indústria, 2016)
Ainda considerando a tendência do uso das tecnologias digitais na indústria, percebe-se que há grande potencial para ampliação no setor de Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (25%), conforme se verifica pelos dados apresentados no Quadro 2:
Quadro 2 - Setores que menos utilizam tecnologias digitais
Setores que menos utilizam | Porcentagem (%) |
Outros equipamentos de transporte | 23 |
Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos | 25 |
Farmoquímicos e farmacêuticos | 27 |
Minerais não metálicos | 28 |
Vestuário e acessórios | 29 |
Calçados e suas partes | 29 |
Fonte: (CNI, Confederação Nacional da Indústria, 2016)
Assim, pode-se concluir que as novas tecnologias irão direcionar as diretrizes das organizações nos próximos anos e, desse modo, também será direcionada as ações dos setores de manutenção, os quais cada vez mais deverão fazer uso das tecnologias digitais para acompanhar a mudança de perfil organizacionais das indústrias.
[1] HPPC – Sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal.
CARDOSO, E. G. et al. Administração da Manutenção Industrial - Técnicas Aplicadas. São Paulo: SENAI-SP, 2019. 336 p. ISBN ISBN 978-85-8393-963-4.
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